São as tendências estruturais não perceptíveis diretamente dos símbolos e do comportamento humano em geral. Os arquétipos criam imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da situação consciente. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências.
O núcleo de um complexo é um arquétipo que atrai experiências relacionadas ao seu tema. Ele poderá, então, tornar-se consciente por meio destas experiências associadas. Os arquétipos da Morte, do Herói, do Si-mesmo, da Grande Mãe e do Velho Sábio são exemplos de alguns dos numerosos arquétipos existentes no inconsciente coletivo. Embora todos os arquétipos possam ser considerados sistemas dinâmicos autônomos, alguns deles evoluíram tão profundamente que se pode justificar seu tratamento como sistemas separados da personalidade. São eles: a persona, a anima (lê-se "ânima"), e o animus (lê-se "ânimus") e a sombra.
A sua origem não é conhecida; e eles se repetem em qualquer época e em qualquer lugar do mundo - mesmo onde não seja possível explicar a sua transmissão por descendência direta ou por "fecundações cruzadas" resultantes da migração. Jung deduz que se originam de constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações.
Chamamos de instinto aos impulsos fisiológicos percebidos pelos sentidos. Mas, ao mesmo tempo, estes instintos podem também manifestar-se como fantasias e revelar, muitas vezes, a sua presença apenas através de imagens simbólicas. Quando se expressam desta forma, fala-se de arquétipos, os quais as dirigem.
Não existe uma definição precisa para eles. Isso porque, assim como os símbolos, não têm um contorno definido e nítido. Para tentar explicá-los tendemos sempre a introduzir as frases com comparações metafóricas. É como se usássemos a linguagem poética para descrever o que somente metáforas podem mostrar. Primeiro porque não existe a atuação pura de somente um arquétipo. Segundo porque muitas das funções de um arquétipo são também funções de outro. Terceiro, pode-se explicar com uma analogia.
Ao se colocar um ímã debaixo de uma folha de papel e se distribuir limalha de ferro sobre esta, pode-se perceber uma imagem das linhas magnéticas (influência) do campo magnético do ímã representadas na folha de papel (símbolos). Passando o ímã sobre pregos, nota-se uma ação invisível (arquetípica) só percebida pelo efeito nos pregos (símbolos). Os ímãs têm essa propriedade pelo alinhamento de suas cargas atômicas (arquétipos). Os arquétipos determinam as diferentes personalidades pelo arranjo distinto que formam em cada pessoa. E a sua influência se faz perceber por determinado "alinhamento" deles em nossa psique, o que provoca atrações e repulsões em outros campos psíquicos (influência inconsciente nas pessoas), além de acontecimentos sincronísticos (influência invisível na matéria e nos acontecimentos).
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